Campo de Batalha

A escola é, definitivamente o lugar das maiores provações. Uma verdadeira arena de batalha da era medieval, onde, se você vacilar, o mínimo que seja, você é devorado pelos leões. Existem milhões de maneiras diferentes de ser humilhado e de ser posto em situações embaraçosas, mas definitivamente as piores são a implicância com a sua aparência e o maldito falso rumor de que você está apaixonado por um dos colegas de classe que, à propósito tem namorada. Em relação ao primeiro fator, todos os adolescentes tem tendência a ter espinhas, então por que só você é alvo da chacota? Essa, é uma excelente pergunta a qual eu adoraria ter uma resposta. Na melhor das hipóteses o implicante pode simplesmente dizer "Nossa, você não acha que tá na hora de espremer essa espinha não?" bem alto pra turma inteira ouvir, e daí até quem não tinha reparado na sua espinha ri da sua cara. Ou na pior e mais torturante das hipóteses o cidadão vira pra você e diz "Minha nossa, que tumor é esse no seu rosto?" E daí, a reação é pior ainda. Nem com uma boa maquiagem você consegue disfarçar porque o implicante vê através da sua alma se for possível pra falar mal de você.

Já o nosso segundo casa, o constrangimento é tão grande que as vezes as duas pessoas envolvidas na história acabam ficando sem graça, e uma brincadeira pequena acaba se transformando em algo muito grande. E quando começam a mandar bilhetes com o seu nome para a tal pessoa ou cogitam que você é namorada de meio mundo? A parte do bilhete com certeza é a pior "Fulano, te amo. Ciclano, te odeio. Beltrano, meu gato. Ass.: seunomeaqui" Isso te destrói. Mas qual é o segredo pra se livrar te tudo isso? Entre na brincadeira deles. Concorde com cada piada idiota que fizerem a seu respeito e se controle para não xingar até a sétima geração do infeliz. assim ele vai perceber que não te enche mais e vai passar a encher a paciência de outro. Assim, quem sabe um dia, nós não consigamos nos livrar destes leões insaciáveis e esse campo de batalha que é a sala de aula não se transforme em um território de paz?

Introdução.

Esse primeiro post é para explicar como eu cheguei onde estou hoje, já que o meu objetivo é contar pra vocês como é a vida de um terceiranista, prestes a prestar vestibular dentro de alguns meses. Tudo começou no ano passado quando a minha mãe chegou em casa com a esplêndida notícia de que eu iria mudar de escola. Perdi meu chão. Estava há 6 anos na mesma escola e graças a um erro da minha irmã eu iria me mudar para a escola particular onde minha mãe lecionava. Tudo bem, não seria o fim do mundo, já que minha mãe não daria aulas pra mim (minha mãe é professora do Maternal I) mas sim, porque eu deixaria todos os meus melhores amigos pra trás no último ano que teríamos a oportunidade de estar juntos todos os dias. Depois de contar a notícia para todos e superar as despedidas, curti o verão da maneira que pude junto com as pessoas especiais que são as minhas BFF's Reêh e Thaay. Fim do verão, início das aulas, dia de descobrir se iria ser a rejeitada, a excluída ou se me transformaria em uma anti social sem amigos e acabar entrando em depressão por isso.Quando cheguei, fui encaminhada para o ginásio para aquelas coisas típicas de 1º dia de aula. Odiei isso, já que fiquei sozinha o tempo todo, afinal, não conhecia ninguém e estava morrendo de vergonha de abrir a boca e falar alguma besteira, até que o professor pediu para que a turma do 3º ano se reunisse no canto esquerdo do ginásio, enquanto me encaminhava até lá uma garota puxou assunto comigo, e depois mais uma, e com o passar da semana, todos foram simpáticos comigo e nunca me deixaram de lado. O que eu achei que poderia se transformar em uma tortura, acabou sendo algo divertido, e que agora, é algo do qual não quero me livrar e sim manter. Manter as amizades, os momentos felizes de descontração, manter tudo, até as faculdades nos separarem, sejam elas federais ou não, aqui na nossa cidade, na capital ou até mesmo em outro estado, não importa, importa é que as amizades feitas durante o decorrer deste ano vão durar para sempre. E as amizades da antiga escola ainda duram, e vão durar mais e mais...